quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Política - Eleições 2008

As eleições de Belo Horizonte são marcadas por uma aliança, que, em conjunto com a cisão PSDB/DEM em São Paulo, marcam o início de uma nova era na política Brasileira. Não podemos nos precipitar em firmar que a aliança apelidada de Pimentécio, será reproduzida no restante do país, e PT e PSDB venham a se unir, mas a aliança anterior, muito prejudicial para o PSDB, tanto em termos ideológicos quanto em capital político, entre PSDB e PFL, parece não ter mais conserto.
Começo, no entanto, alertando para o fato de que, ao contrário do que pensa a blogosfera (notadamente o Na prática a teoria é outra), a aliança não tem um início auspicioso em Belo Horizonte. O altíssimo índice de aprovação com que contam Pimentel e Aécio derivam muito mais de um conchavo de interesses envolvendo quase todos os agentes políticos relevantes do Estado, e também a imprensa mineira, do que da competência de um e de outro. (Não me lembro de ter lido nada de ruim sobre o governo desde que o Aécio chegou ao Palácio da Liberdade)
Bem, eu sou realmente tendencioso para falar do PSDB mineiro, não gosto do governo Aécio, e acho que liberdade de espressão, é mais importante que gerência profissional. Mas não pretendo me deter nos defeitos do governador, nem mencionar que Marcio Lacerda é figurinha carimbada no processo do mensalão. Prefiro discutir os rumos da nova esquerda e da nova direita no Brasil. Pois bem, a primeira constatação é o fim da direita coronelista e com ela do PFL, é claro que não vai ser de uma vez, mas a tendência é para que ambos minguem até a quase extinção. Melhor para as pessoas inteligentes que defendem as propostas mais concervadoras. Depois, precisamos notar que os outros partidos importantes, o PT e o PSDB, deram um passo a direita, o que de certa forma é bom, sinal de amadurecimento da nossa democracia, tando a Direita radical quanto a Esquerda radical estão morrendo, e o enfraquecimento dos radicalismos é sinal de sucesso da democracia. Voltando a Belo Horizonte, é sintomático que os dois melhores candidatos, Sérgio Miranda e Jô Moraes, não tenham nem a chance do segundo turno contra a Aliança e o Pimentécio. Sintomático de uma doença que tem corroido mesmo as democracias mais antigas, como os EUA, o excesso de propaganda nas campanhas. O excesso de propaganda mitiga a qualidade do debate, provavelmente, nem 5 % das pessoas que votarão no Marcio sabem suas propostas, muito menos as propostas dos demais candidatos. Basta aparecerem Aécio e Pimentel e dizerem para votar nele. Os muitos minutos a mais que ele tem de horário político, e mais a verba de campanha, significativamente maior, e temos uma eleição fácil, para um candidato desconhecido, mesmo contra dois (pelo menos) candidatos experientes e de boa reputação. A questão é que a eleição de Belo Horizonte não é exceção nesse aspecto, e nós precisamos encotrar uma solução, para que o debate seja ampliado em detrimento da propaganda. Afinal de contas, o cerne da democracia não é o voto, mas o debate. Apenas menciono algumas propostas que considero interessantes, e que pretendo discutir melhor no futuro. Financiamento exclusivamente público de campanha, ou limite máximo com os gastos por candidato. Horário eleitoral gratuito equivalente para os candidatos a cargos majoritários e partidos com candidatos em eleições proporcionais. Fim do voto nominal para votações representativas. Essas são algumas das propostas, juntamente com uma proposta de educação cívica nas escolas, que me parecem interessantes para o futuro da democracia. Como bônus ao texto, deixo os links da Folha, com a análise dos candidatos em Belo Horizonte, especificamente dos 4 com maior intenção de voto, de acordo com as pesquisas, e também o link geral sobre as eleições de 2008 da Folha. Como quem vê de longe analisa melhor, acho que é mesmo aconselhavel ler sobre os candidatos do Brasil na Folha, menos os de São Paulo, por óbvio. Links:

6 comentários:

Leonardo disse...

É sempre bom comemorar o fim dos radicalismos... acho sua análise muito bem feita.
Decerto precisamos voltar o foco ao debate dos candidatos, mas acho que isso passa por outra preocupação minha... não estamos invertendo as bolas das importâncias nas eleições? Afinal, quem aprovaria uma mudança no financiamento das campanhas, por exemplo, seria o legislativo. Não deveríamos investir mais em ter uma eleição menos cômica para as câmaras de vereadores, assembléias legislativas e a câmara dos deputados?

Ricardo Horta disse...

Acho cedo, muito cedo para declarar a morte do PFL. Lembre-se: como partido e como oposição, podem ser um desastre... mas cada dia há mais gente que se declara de direita e defende idéias da direita radical no nosso país.

Uma pergunta: você defende o voto em listas fechadas para o Legislativo?

Mateus disse...

A direita não está morrendo, mas o PFL está, ele já não representa mais os ideais da direita no Brasil, os eleitores da direita estão migrando cada vez mais para o PSDB, que, tradicionalmente nem direita é, de tão inaceitável que o PFL está se tornando.

Ainda não posso responder com consistência, mas sim, até que me convençam do contrário, eu sou a favor das listas fechadas, aliás, existe até uma proposta possível, de que não exista lista nenhuma, e o partido, por meio de sua executiva, indique livremente seus delegados.

Mateus disse...

Schattenjäger (apartir de agora denominado Leo...)
Concordo com os problemas levantados a respeito do circo que tem sido nossas eleições, mas as propostas que tenho, pretendo discutí-las em novos textos, a serem escritos.

Anônimo disse...

Considerando que o Aécio é citado como apoiador à duas alianças específicas em BH (PSB/PT e DEM) e que um amigo meu diz achar ter visto nosso governador na propagando do PMDB (vale considerar que eu vi uma foto do Aécio com o tal Léo Burgues), nao entendo pq o Pimentécio tem tanta projeção aki....sinceramente.

Só para contiuar o circo, parece-me que a diretiva nacional do PT vetou a coligação PT/PSDB e decidiu colocar o Lacerda para prefeito assim como um supositório, acho que a direita coronelista-caciquista só mudou de endereço.

Desse jeito, o PFL vai minguar mesmo, mas nao por consciência política intelectual, mas pelo espírito de Direita sec. XIX estar encarnado em outro corpo.

Outra pergunta, seguindo a linha do Ricardo: Voto distrital?

Ana Claudia disse...

Olá Mateus,

Obrigada pela sua visita e comentário no meu blog.

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